terça-feira, 11 de junho de 2013

Globalização e a economia nacional

Globalização e Economia Brasileira
1 – Panorama da economia brasileira
Apesar da industrialização no Brasil ter se iniciado na primeira metade do século XIX, foi
a partir de 1930 e após a Segunda Guerra Mundial que a expansão do PIB do País se apóia no
setor industrial, pois até então, o setor agrícola desempenhava essa função. Vale lembrar que a
principal fonte de capitais que financiou a indústria nascente foi o café, sobretudo através de suas
exportações e por dinamizar o mercado interno desde o início do século XX. Durante os anos 30
até início dos anos 60, a agricultura foi a principal fonte de crescimento econômico no Brasil. A
partir de então, a indústria passou a ditar o ritmo da economia (SANTOS, 2001).
A partir de meados dos anos 50, com JK, foi criado o Plano de Metas (1956/61) que tinha
objetivo industrializante e slogan "50 anos em 5". O Plano voltou-se para intensificar o processo
de substituição de importações (LOUREIRO, 1995).
Em 1958/59, nova tentativa de conter a inflação foi implantada com o Programa de
Estabilização Monetária (PEM) em que houve a contratação de empréstimos com o FMI, devido
ao elevado déficit no Balanço de Pagamentos ocorrido em 1957/58. O déficit público, a crise
cambial e a elevação das taxas de inflação foram o saldo final do Governo JK. Os anos 60
começam em crise. Segundo BRUM (1991), com a urbanização e industrialização resultante do
Governo JK, no fim da década de 50 o País sofreu um declínio nas suas possibilidades de
crescimento. A dívida externa estava extremamente alta em função dos empréstimos feitos para a
modernização do Brasil, houve queda na produção interna, uma vez que a indústria nacional era
limitada e sem poder competitivo, acarretando uma baixa real dos salários, desemprego e
inflação.
Em meados de 1967, de acordo com LOUREIRO (1995), recomeça a recuperação da
economia brasileira, com o governo do general Costa e Silva. O período de 1967/73 é conhecido
no Brasil como sendo a época do "Milagre Econômico Brasileiro". Naquele período, a liderança
do crescimento do setor de bens de consumo durável foi mantida, ficando o crescimento
industrial entre 13% ao ano, e o do PIB, de 11% ao ano. Para o período 1975/79 foram adotadas
várias medidas para promover o desenvolvimento do País e dentre elas foi criado o Programa
Nacional do Álcool, Proálcool. O período de 1981 a 1983 caracterizou-se como recessivo, com
taxas de crescimento do PIB brasileiro de, respectivamente, de -1,6%, 0,9% e 3,2% ao ano, mas
os investimentos nos setores prioritários do programa de substituição de importações
mantiveram-se elevados, acima de 20% do PIB, em 1979/82. Tais níveis de investimento caíram
para 16% a 17% a partir de 1983/84. Por fim, em 1983 a inflação atingiu 200%.
Em 1986 é implementado o Plano Cruzado, choque heterodoxo, que visava estabilizar os
preços e criar condições para a introdução de Reformas Econômicas de maior profundidade,
onde o controle de preços foi utilizado como principal instrumento de estabilidade (premissa de
que as políticas fiscal e monetária foram incapazes de promover a estabilidade de preços e
crescimento econômico). Naquela época, a inflação girava em torno de 450% ao ano, ampliando
o grau de incerteza na economia e desestimulando os investimentos. Prevalecia o mecanismo
inercial da inflação. Vale observar que, a crescente dispersão dos preços vigente no período
imediatamente anterior a esse choque introduziu um elemento de desequilíbrio potencial
acentuado no programa de estabilização que foi o desalinhamento de preços relativos. Como o
aumento do consumo foi bem maior do que o aumento da oferta, logo houve um esgotamento da
capacidade da indústria, que associada ao estancamento dos investimentos, contribuiu para uma
crise. Dado que a política cambial provocou aumento nos custos e o aumento da taxa de juros
implicou numa elevação dos encargos das empresas, logo, para não inviabilizar a produção, o
Governo autorizou o repasse aos preços (CARNEIRO, 1987).
Depois do Plano Cruzado, vários outros sucederam com a intenção de combater o
fantasma da inflação e tentar promover o crescimento econômico, mas sem muito sucesso duradouro. Até que em 1990, com o Governo Collor e suas atitudes polêmicas, o mesmo deu um
passo decisivo de quebra das barreiras tarifárias. Com a redução das alíquotas de importação, o
Brasil foi escancarado à economia mundial. Muitos setores sofreram inicialmente, sobretudo
àqueles que sempre sobreviveram às custas do paternalismo estatal. Em geral, durante a década
de 90, a economia brasileira inseriu-se fortemente na economia mundial. Enfim, Collor foi
afastado e Itamar Franco assumiu a presidência da República, onde seu governo culminou no
Plano Real, com destaque para a projeção presidencial do seu Ministro da Fazenda, Fernando
Henrique, que foi eleito presidente nas eleições de 1994 e reeleito em 1998.
Teoricamente, uma das preocupações do Governo era vencer o fantasma da inflação, que
chegou à casa dos 50% ao mês, em junho de 1994. Com a implementação do Real em primeiro
de julho do referido ano, a consequência visível, nos meses subsequentes, foi a brusca queda no
nível de preços na economia. Com isso, o imposto inflacionário declinou sensivelmente,
aumentando, principalmente, os rendimentos das classes mais pobres.
Com o desenvolvimento do processo de globalização econômica, o volume de transações
no comércio internacional tem se ampliado cada vez mais e a facilidade encontrada no que tange
à elevação das importações levou o Governo a adotar a "Âncora Cambial" como o mais
importante instrumento de controle da inflação no início do Plano Real. Caso a inflação
internamente ameaçasse se elevar, as importações eram favorecidas (através do câmbio
sobrevalorizado), com isso a oferta interna era ampliada e os preços eram controlados. E assim
foi até janeiro de 1999, após sua reeleição, quando da eclosão da crise econômica brasileira, em
que os ataques especulativos (que já vinham ganhando força desde as crises da Ásia e da Rússia)
levaram o Governo a substituir o câmbio pela "Âncora Monetária" como base dessa nova fase do
Plano Real, ou seja, o principal instrumento de controle da inflação passou a ser a regulação da
oferta e demanda monetária, consequentemente as taxas de juros mantiveram-se cada vez mais
elevadas (SANTOS, 1999).
Um fato marcante no processo de globalização que despontou nos anos 90 foi o crescente
fluxo de capital financeiro volátil que passou a circular com mais rapidez ao redor de todo o
planeta. No caso do sistema financeiro, o fluxo de capitais que gira pelo mundo tem ascendido
enormemente, em que simples toques em teclas de computadores integrados transferem milhões
de dólares de um país para outro, em tempo real. Com isso, tem-se verificado o desenvolvimento
de um mercado financeiro integrado mundialmente. A globalização do sistema financeiro é
caracterizada basicamente pela criação de um sistema global de intermediação financeira,
fundamentada em padrões tecnológicos e gerenciais integrados. Tal sistema tem se mostrado
bastante fluído, chegando a escapar do controle por parte dos Estados e de suas autoridades
monetárias, devido aos recursos da teleinformática e das novas tecnologias. Os fundos de pensão
e fundos mútuos de ações, bem como as seguradoras compõem a base em que se fundamenta o
processo de globalização financeira, que por sua vez dividem com o sistema bancário o papel de
gerenciadores das poupanças da sociedade, onde o mercado para especulação desses recursos
estende-se aos quatro cantos do planeta.
Vista toda essa volatilidade financeira supracitada, os países em desenvolvimento,
sobretudo aqueles que não possuem um sistema fiscal equilibrado, têm encontrado facilidades
nessa fonte de recursos externos para fechar suas contas. Dado o risco envolvido em tais países,
os mesmo têm que praticar juros altos para atrair tais capitais. Como o clima de incerteza tem
pairado em todo o planeta, nestes últimos anos, sobretudo após as crises internacionais, qualquer
turbulência num país emergente, causa uma crise de desconfiança generalizada nos demais
países. Então para evitar ou simplesmente atenuar uma fuga em massa desses capitais, tais países
têm que elevar estratosfericamente suas taxas de juros, com isso a dívida pública aumenta
bastante e gigantescos volumes com os juros dessas dívidas são pagos anualmente aos grandes
especuladores do sistema financeiro. Logo, os programas desses governos são pautados de
acordo com as regras do mercado financeiro globalizado. Vale observar que as políticas
monetárias e cambiais acabam se tornando reféns dos mercados especulativos globais,enfrentando problemas face à globalização financeira. Em que as elevadas taxas de juros e a
sobrevalorização na taxa de câmbio tendem a inibir os investimentos (RIGUEIRA & SANTOS,
2000).
Por fim, se por um lado muitos benefícios são trazidos com a liberalização comercial,
deve-se ater aos problemas que vêm juntos, como alguns setores da economia que não estavam
preparados para competir a nível internacional e têm suas empresas sendo fechadas, aumentando
ainda mais o desemprego no País. Uma outra questão em que a economia brasileira ainda sofre
muito nos dias atuais é com relação às exportações agrícolas, sobretudo para os Estados Unidos e
para a Comunidade Européia. Esses países pregam o livre comércio para seus produtos, contudo
impõem sérias barreiras às exportações agrícolas brasileiras para tais, através de elevadíssimas
tarifas de importação, bem como protegem demais seus produtores, com elevadíssimos subsídios
diretos à exportação e à produção européia e norte-americana.

Erika, Pricila e Karina : 18,25,29

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